segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Me esquecer de mim...

Oh destino que tão mansamente se desdobra em minha face, que quietude tão gritante me assusta a alma viciada?

Será a transgressão do paupável, estimulante para o regresso do vazio? O regresso à passiva intregração com o que sobra, o Imutável, completo e assim... tão simples???

Até a própria visão funesta do incerto, dos riscos, decaem desta forma se dissolvendo no espaço do infinito?

Talvez toda solicitude da vida, realmente seja o caminho da complementação do que se foi? A ponte que nos liga a nós mesmos?

Seria a benevolência humana o completo desvendar do conteúdo único que nos compõem?

Me esquecer de mim... reconhecendo o sentimento falível com pretenções de libertação, utilizando-o, ou melhor, vivenciando-o com a consciência de sua mutabilidade, inconstância e superficialidade, considerando seus motivos e sua oportunidade.

4 comentários:

Anônimo disse...

O ruim de dar cometários em um blog desse é que sempre vou parecer superficial, ainda mais quando escrevo correndo, no meio do massacrante trabalho... Evandro, parabéns pela iniciativa, seu blog já está entre os meus favoritos. Curti bastante o que vi agora, principalmente quando você traduz o seu dia-a-dia com questões filosóficas. Boa sorte do seu leitor,

Anônimo disse...

Talvez se considerarmos a passagem pela vida como a travessia de um mar revolto, onde o destino não necessariamente representa o porto de chegada, mas sim a própria embarcação que utilizamos, então, a cada onda superada, a cada guinada do casco, poderemos reconhecer a presença infalível desse destino a nos guiar.

Mas não havemos que nos concentrar tanto nas dificuldades da viagem, pois, apesar desse mar revolto, as paisagens belíssimas também devem ser desfrutadas - senão que sentido teria então a vida em si?

Ins-pirada disse...

Ao contrário do amigo Henrique, não tenho o menor pudor de ser superficial: E aí chará?
Prometo comentários mais inteligentes das próximas vezes(ora, sou capaz de sinapses complexas, pois não!).

Evandro disse...

Na verdade, TUDO, mas TUDO mesmo é sempre válido, pois é compreendendo a superficialidade que chegamos à profundidade, ou seja, um se complementa pelo outro.

Por favor, fique à vontade!